Traçar quais são as profissões do futuro é sempre uma tarefa perigosa e os equívocos podem ser grandes, ainda mais num país continental como o Brasil, em virtude dos investimentos regionais, mercado de mão-de-obra, conjuntura econômica as profissões podem ser diferentes para cada um dos estados brasileiros e ramos de atividade econômica. A diversificação da econômica nacional pode criar situações bem particulares, como por exemplo: A descoberta das jazidas de petróleo de Tupi no litoral de São Paulo certamente atrairá a mão-de-obra especializada nesta área dos estados do Rio de Janeiro, Espiríto Santo e Bahia, e apesar de se concentrar no litoral, deverá ser criada uma demanda por produtos e serviços de consultoria, engenharia e metalurgia localizados no interior do estado. O crescimento e a ampliação do Agronegócio no país cria demandas por profissionais nas regiões de cerrado, mas também impulsiona a indústria de implementos, armazéns e máquinas de beneficiamento do sul do país, aléms dos portos de distribuição e escoamento das produções no litoral. Concluindo, fica difícil dimensionar com exatidão quais serão as profissões do futuro, sem levarmos em consideração os aspectos regionais, áreas de negócio, e oferta de mão-de-obra.

Mesmo com tantas variáveis e ainda otimistas com o constante crescimento e a sustentável estabilidade econômica do país, podemos verificar algumas tendências apontadas em nossas pesquisas, e com certo grau de confiança podemos afirmar que as áreas profissionais mais promissoras para a próxima década são:

Tecnologia da Informação e Comunicações - O grande desafio para o país é criar mão-de-obra altamente capacitada, de modo a dar competitividade à produção nacional de equipamentos, bem como para o desenvolvimento de softwares, cujo desafio é a competição com países como a Índia e sua farta e barata mão-de-obra.

Agronegócios - A produção de grãos, frutas, carnes e derivados já dá destaque ao Brasil no cenário internacional, em virtude de sua grande capacidade de produção, qualidade, produtividade e com reservas ainda a serem exploradas, contudo é a crise de energia que colocará mais ainda o Brasil em destaque no comércio mundial. A falta de energia é um pesadelo para todo o mundo, o Brasil é um dos poucos países em boas condições de enfrentar este problema em função de seus recursos naturais, o que lhe dá uma boa vantagem competitiva na agroenergia, bem como na imensa capacidade de produção de energia via hidrelétricas.

Educação - Olhando o cenário atual da Educação brasileira, fica claro que estamos muito longe desse ensino de qualidade. Segundo dados do Inep, hoje, 97% dos alunos tem acesso ao Ensino Fundamental, mas apenas 52% deles consegue concluí-lo. Quando se fala em alfabetização, os números preocupam ainda mais. O Saeb de 2003 mostra que apenas 4,8% dos alunos da 4ª série do Ensino Fundamental estão plenamente alfabetizados, 39,7% estão medianamente e 55,5% não estão corretamente alfabetizados. Ou seja, a grande maioria dos estudantes brasileiros passa pelo Ensino Fundamental sem, ao menos, aprender a ler e entender um texto simples. A Educação é a base para o desenvolvimento social e político. Ela promove crescimento econômico e é uma das principais ferramentas para diminuir a desigualdade, reduzir a criminalidade e promover a Paz. O Brasil precisa fazer da Educação sua prioridade número um, se quiser oferecer às novas gerações um futuro melhor e criar as condições necessárias para seu desenvolvimento social e econômico.

Entretenimento - O mercado de entretenimento é um dos que mais crescem em todo mundo, no Brasil isto não é diferente, cada vez mais os brasileiros valorizam seus momentos de lazer, e dentro desse processo destacamos o setor de Turismo, que mesmo com problemas como o apagão aéreo, teve um crescimento significativo. É importante ressaltar que o Ministério do Turismo espera empregar até 2010 1,7 milhões de pessoas no setor. A indústria do turismo por conseqüência impulsiona os investimentos em arte e cultura.