A LGBTfobia se estende não apenas para a orientação sexual, mas também para a identidade de gênero, fazendo com que ocorra diversos tipos de violências físicas e verbais.
É muito comum nos dias atuais que muitas pessoas declarem, principalmente nas redes sociais, que são contra qualquer tipo de discriminação.
Porém, para tornar a nossa sociedade mais acolhedora para as pessoas que pertencem a essa comunidade, é necessário muito mais que isso. É preciso muito mais autocrítica e mudanças reais de hábitos. Conheça mais sobre LGBTfobia
O que é LGBTfobia?
LGBTfobia é um conceito que abrange diversas formas de agredir pessoas que não são heterossexuais ou cisgêneras, seja verbalmente, fisicamente ou psicologicamente.
Contrário ao que muitos pensam, as atitudes LGBTfóbicas não se limitam a violências verbais ou físicas.
Não é porque uma pessoa não xinga ou bate em alguém deste grupo que ela não reproduz a LGBTfobia. Assim como em outras discriminações, como a racial, por exemplo, a LGBTfobia está enraizada nos comportamentos sociais e na forma como nossas crianças são educadas, e por isso muitas atitudes dessas podem passar despercebidas e continuam se perpetuando geração pós geração.
Por que os discursos LGBTfóbicos são agressões?
Discursos são poderosos. Tanto para o bem, quanto para o mal. E quando pensamos em LGBTfobia, os discursos preconceituosos são violências potentes para quem as sofre.
Ao conviver, muitas vezes desde a infância, com xingamentos, opressões e repressões, a pessoa agredida pode desenvolver uma série de traumas psicológicos como fobia social, baixa autoestima, auto-ódio, depressão, ansiedade e muito mais.
Além disso, as falas discriminatórias são grandes responsáveis por sustentar a LGBTfobia na sociedade, formando pessoas preconceituosas que praticam ações como injúria, exclusão social, agressões físicas e até mesmo homicídios de gays, lésbicas, bissexuais, transsexuais e +.
| Conheça os nossos Modelos de Currículo
Frases preconceituosas contra LGBTQIA+
Agora que você já sabe um pouco mais sobre como os discursos são prejudiciais e relevantes para a cultura de LGBTfobia na sociedade, é importante colocar as mudanças em prática.
Confira a seguir algumas falas que são comumente reproduzidas por grande parte das pessoas e que devem ser excluídas de uma vez por todas do vocabulário.
1- “Se você fosse homem / mulher…”
A orientação sexual de uma pessoa não interfere no que a pessoa é ou em seu gênero.
Vale lembrar também que a orientação refere-se a forma de uma pessoa se relacionar com outra, e identidade de gênero é sobre o gênero que a pessoa se identifica.
2- “Esse trabalho é para macho, não é para você”
Não existem “trabalhos de homem” e “trabalhos de mulher”. Todas as profissões podem ser realizadas por todos os gêneros.
3- “Não precisa sair contando para todo mundo que você é LGBTQIA+”
A nossa sociedade é classificada como heteronormativa. Isso significa que, por padrão, a heterossexualidade e os relacionamentos heterossexuais são tidos como fundamentais e “naturais” dentro da sociedade.
Considerando isso, quando uma pessoa não declara sua orientação sexual, automaticamente pressupõe-se que ela é heterossexual e anula-se a possibilidade dela ter outra orientação.
4- “Quando ou como você virou LGBTQIA+…”?
Nem de longe a orientação sexual é uma escolha. Ninguém vira ou aprende a ter ou a ser. A orientação sexual é intrínseca ao ser humano.
5- “Eu não tenho preconceito, mas…”
“Mas” é uma conjunção adversativa. Ou seja, o emprego de “mas” após uma afirmação indica contradição do que foi dito anteriormente.
Uma pessoa verdadeiramente sem preconceitos não relativiza sua opinião. Apenas respeita. Sem poréns.
6- “Quem é o homem ou mulher da relação?”
Essa frase tenta colocar as relações homoafetivas dentro do padrão heteronormativo.
Em uma relação entre pessoas do mesmo sexo, a ideia é, justamente, que não tenham pessoas do sexo oposto.
Cadastre-se e busque a vaga de emprego ideal!
- 1 Crie uma conta grátis
- 2 Cadastre seu currículo
- 3 Busque vagas e candidate-se
- 4 Aguarde contato do recrutador
7- “LGBTQIA+ querem privilégios. Os direitos devem ser iguais para todos porque somos todo iguais”
É claro que somos todos iguais. Inclusive, a causa LGBTQIA+ luta justamente para que essa igualdade seja respeitada. Porém, os direitos que deveriam abranger todas as pessoas não conseguem garantir que as vidas das pessoas LGBTQIA+ sejam integralmente respeitadas. Vemos isso quando olhamos para os casos de agressões e exclusão para com esse grupo.
A expectativa de vida da população trans, por exemplo, é de apenas 35 anos, enquanto da população geral é de 75 anos. Por isso, são necessárias medidas que façam valer direitos para tratar das especificidades deste grupo e colaborar com a igualdade de fato.
8- “Ser LGBTQIA+, tudo bem, contanto que não dê em cima de mim!”
A ideia de promiscuidade das pessoas LGBTQIA+ ainda está muito presente na sociedade. E quando você fala essa frase você acaba por reforçar este senso erroneamente disseminado.
9- “Você nem parece LGBTQIA+…”
Ao dizer isso você até pode ter a intenção de elogiar alguém. Mas saiba que essa frase está longe de agradar essa pessoa. Ser gay,lésbica,bi ou trans não é algo negativo, então não há porque querer se desvencilhar deste grupo e querer parecer heterossexual.
Além disso, essa frase também reforça a estereotipação das pessoas LGBTQIA+, buscando impor um determinado padrão de comportamento e aparência para elas.
10- “O que vou explicar aos meus filhos?”
A homoafetividade e transsexualidade não devem ser considerados tabus. A melhor forma de acabar com a LGBTfobia é naturalizar a existência dessas pessoas.
11- “Sabe aquele(a) gay / lésbica…?”
A sexualidade não deve virar referência para citar uma terceira pessoa. Ninguém usa a heterossexualidade como uma característica para se referir a alguém.
Então, a homossexualidade também não deve ser destacada como a característica principal de uma pessoa.
12- “Tudo bem ser lésbica, mas precisa se vestir como homem?”
Não cabe a ninguém julgar ou questionar o que o outro veste. Uma mulher heterossexual, por exemplo, não precisa usar apenas vestidos.
Cada um deve ter o direito de escolha sobre a própria vestimenta.
13- “Gays entendem tudo de moda, né? Me dá umas dicas”
Mais uma vez é importante reforçar que os estereótipos não são bem-vindos.
Quando você tenta encaixar uma pessoa a um padrão comportamental, como o fato de gays terem que entender de moda, fica exposto um desejo de controlar o modo de ser do outro e impor um padrão aceitável de ser ao outro.
14 – ”Bissexuais ficam em cima do muro ou não querem quer se assumir”
Errado. As pessoas bissexuais têm sua orientação sexual muito bem definida: se relacionam com todos os gêneros e isso não significa uma indecisão nem que ainda não tiveram coragem de expôr a homossexualidade.
15 – “Vocês não aceitam opiniões contrárias e ficam de mimimi”
A partir do momento que uma opinião viola a liberdade de ser e viver de um grupo social, ela não é mais uma opinião, e sim uma discriminação. E isso não deve, de fato, ser tolerado.
Uma pessoa heterossexual não conhece a vivência e vulnerabilidade da segurança de uma pessoa LGBTQIA+. Conviver com o medo e o perigo iminente é grave e esse fatores não podem ser relativizados.
A violência contra este grupo é real e é muito importante que os discursos sobre a causa não sejam minimizados ou invalidados. LGBTQIA+ precisam ter o direito de ter voz e lutarem por seus direitos como cidadãos.
Todos podem mudar e aprender
Apesar das pessoas LGBTQIA+ existirem desde sempre, a visibilidade desta causa ainda é muito recente. Por isso, é compreensível que você, heterossexual, ainda não tenha conhecimento sobre as formas de ser anti-LGBTfóbico.
O importante é estar disposto a aprender e a melhorar. Errou em alguma fala? Ofendeu sem querer? Chamou uma mulher trans de ‘ele’? Corrija, peça desculpas ou ainda pergunte a melhor forma de se expressar.
| Descubra mais de 300 mil vagas no site da Catho
Para você esse assunto também é relevante? Então, que tal compartilhar o link do texto em suas redes sociais? Assim podemos juntos disparar uma rede do bem e recheada de informação!