Entenda o que é audiodescrição

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Você já ouviu falar de audiodescrição? No post de hoje vamos conhecer um pouco mais sobre esse recurso de acessibilidade comunicacional que amplia o entendimento das pessoas com deficiência visual em peças de teatro, espetáculos de dança, de circo, musicais, shows, filmes e programas de televisão por meio de informação sonora.

Para saber tudo sobre audiodescrição entrevistamos Lívia Motta, diretora da empresa Ver Com Palavras. Ela é audiodescritora e formadora de audiodescritores, com mestrado e doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC-SP.

Lívia foi responsável pela exibição da primeira peça de teatro e da primeira ópera com audiodescrição no país. Desde então vem implementando o recurso de acessibilidade comunicacional em filmes, peças teatrais, óperas, espetáculos de dança e outros eventos.

Catho Educação: Como podemos definir a audiodescrição?

Lívia Motta: a audiodescrição é um recurso de acessibilidade comunicacional, que amplia o entendimento das pessoas com deficiência visual em todos os tipos de espetáculos,

eventos (acadêmicos, científicos, sociais ou religiosos) e produtos audiovisuais (filmes, programas de televisão) por meio de informação sonora.

É também considerada um tipo de tradução intersemiótica que transforma o visual em verbal, abrindo possibilidades maiores de acesso à cultura e à informação, contribuindo para a inclusão.

CE: Como foi seu primeiro contato com a audiodescrição?

LM: comecei a trabalhar com pessoas com deficiência visual em 1999 ensinando inglês, o que me levou a desenvolver o tema no doutorado da PUC-SP.

O primeiro encontro com a audiodescrição, entretanto, foi em 2003, quando passei um semestre na Universidade de Birmingham, Reino Unido, durante meu doutorado.

Ao visitar uma loja do Royal National Institute of Blind People, encontrei vários filmes, ainda em VHS, com video description, o que chamou muito minha atenção. Procurei materiais teóricos sobre o recurso e comecei a ler e a me informar a respeito. A identificação com o tema foi imediata.

CE: Quando surgiu a audiodescrição no Brasil?

LM: foi no ano de 2003, no festival internacional de filmes de curta-metragem chamado “Assim Vivemos”, que trata do tema deficiência. Antes disso, em 1999, a audiodescritora Bell Machado já fazia a audiodescrição de filmes ao vivo de maneira informal em Campinas-SP.

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CE: Na sua visão, como a audiodescrição impacta na vida dos deficientes visuais?

LM: quanto mais trabalho, pesquiso, estudo e implemento o recurso nos mais diversos produtos, eventos e segmentos, mais percebo sua relevância e seus benefícios para as pessoas com deficiência visual.

Os depoimentos das pessoas cegas são os que mais nos emocionam e nos fazem perceber a importância de podermos ser os olhos do outro, dos muitos outros que conhecem o mundo pelos outros sentidos e pela magia das palavras.

CE: Atualmente como são os cursos de audiodescrição no país?

LM: até aqui os cursos de formação de audiodescritores têm sido no formato de extensão universitária ou cursos livres, com carga horária de até 60 horas, o que não é suficiente para a preparação de um profissional.

Coordenei o primeiro Curso de Especialização em Audiodescrição, pela Universidade Federal de Juiz de Fora, formando 33 profissionais que atuam hoje em diversas regiões do país”.

CE: Para quem se destina o curso?

LM: o curso destina-se principalmente a graduados em Tradução, Letras, Rádio e TV, Comunicação, Cinema, Locução e Dublagem, Pedagogia. Tem crescido a procura por cursos de audiodescrição, principalmente devido às novas políticas públicas de acessibilidade.

Produtores de espetáculos e produtos audiovisuais têm começado a perceber o tamanho e a importância desse novo público consumidor de cultura.

CE: Qual o conteúdo abordado nestes cursos?

LM: os cursos geralmente abordam o conceito, o histórico, o público alvo e os diferentes públicos da audiodescrição, a aplicabilidade nos diferentes tipos de espetáculos e segmentos, políticas públicas de acessibilidade comunicacional, fundamentos e aspectos linguísticos da audiodescrição, elaboração de roteiros, audiodescrição em filmes, no teatro, na televisão, em eventos, audiodescrição na escola, audiodescrição de imagens estáticas, recursos técnicos e técnicas de locução, dentre outros.

CE: E como está o mercado da audiodescrição no país?

LM: as políticas públicas têm sido muito importantes para o avanço da audiodescrição no Brasil. Dentre elas os destaques são a Lei Brasileira da Inclusão de 2015, as instruções normativas da ANCINE e também os projetos culturais patrocinados ou fomentados, direta ou indiretamente, com verba pública, que devem ser acessíveis às pessoas com deficiência visual.

Agora que você já sabe o que é audiodescrição, assista esse vídeo que mostra um pouco do trabalho da nossa entrevistada!

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