Saiba como é trocar de curso na faculdade

cursos superiores

Imagine a situação: você ingressou no ensino superior e mesmo após pensar e pesquisar muito sobre o curso, na prática você não está feliz – pois não era o que você imaginava. Se você se identificou com a cena não entre em pânico! Ter vontade de trocar de curso na graduação é mais comum do que se imagina.

Se você está pensando em fazer uma transferência de curso, com certeza você deve estar com uma série de dúvidas. Pensando nisso hoje vamos contar a história do Bruno Campos, um estudante de 22 anos, que trocou de cursos duas vezes e atualmente é vestibulando para o curso de Artes Visuais.

“Parece clichê, mas a vida é uma só. Se a gente não fizer o que tem vontade e aproveitar de tudo, para que a gente viveu?”, comenta o estudante sobre a situação. Ficou curioso? Continue com a leitura e confira o que o Bruno contou sobre a história dele!

Catho Educação (CE): Quais cursos você já fez?

Bruno Campos (BC): Em 2016 eu ingressei no primeiro curso –  Sistemas de Informação, na USP de São Carlos onde permaneci por dois semestres. Depois destes dois períodos eu resolvi fazer uma transferência interna para Matemática Aplicada e Computacional, desta vez para o câmpus do Butantã na Cidade Universitária me mantendo por quatro semestres.

Hoje sou um vestibulando que após ter saído dos dois cursos, pretende seguir para o mundo das Artes Visuais.

CE: Existe algum critério para essa transferência?

BC: Para vários cursos da USP geralmente são necessários uma prova com assuntos sobre o curso ou análise de matérias de pré-requisito que já foram cursadas. Mas no meu caso foi apenas uma análise das notas.

Mas essa transferência depende também da evasão no primeiro ano de curso, pois as vagas só são disponibilizadas quando alunos saem do curso. No caso do curso de Artes Visuais não houve desistência, por isso vou tentar o vestibular.

CE: Quando foi que você percebeu que estava no curso “errado”?

BC: No momento em que eu não tinha mais vontade de ir a nenhuma aula, quando nenhum tópico me interessava mais. Eu percebi então que eu só estava ali para conseguir um diploma e passar os próximos anos trabalhando em algo que eu não queria para minha vida.

Às vezes a gente se compara muito com os outros e pode até pensar”ah, mas o pessoal do ensino médio já está na faculdade”. Mas ficar mais um tempo se preparando para um outro curso pode valer muito a pena no final. Hoje em dia eu procuro fazer as coisas muito baseadas no que vai me fazer feliz.

CE: Como você se sentiu quando saiu do último curso?

BC: Eu me senti inseguro, mas assim que começaram as aulas do cursinho pré-vestibular eu tive certeza que tinha feito a coisa certa. Assistir as aulas me inspiravam, eu realmente ligava para o que estava sendo passado, o que não existia mais no meu antigo curso da faculdade.

CE: Como funciona o curso pré-vestibular?                   

BC: Atualmente estou fazendo o Cursinho da Psico na USP, um curso popular, sem fins lucrativos, com professores voluntários – a maioria formado ou em formação pela USP e uma mensalidade bem baixa – com sistema de bolsas para quem precisa.

Passar um ano sem fazer “nada” da vida, apenas estudando pode parecer um horror, mas eu entendi que cursinho não é perda de tempo de forma alguma. No meu caso foi a época que mais amadureci na vida.

CE: Como tem sido seu cotidiano de estudos, além do cursinho?

BC: Como não estou empregado, costumo ter a tarde livre para os estudos e aproveito para estudar na própria biblioteca do instituto de psicologia da USP, além de sempre procurar outras fontes de estudo, como videoaulas, podcasts e apostilas.

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Costumo seguir os temas que batem com as aulas que estou tendo no momento. Por exemplo, se o professor de biologia está passando evolução, eu estudo bastante sobre isso.

CE: Você tem medo de começar artes visuais e ter que trocar de novo?

BC: Eu escolhi artes visuais porque sempre amei artes!Desde criança desenhava bastante e sempre quis fazer algo relacionado, então eu realmente acredito que esse curso vai me realizar. No fundo é o que eu sempre quis, só nunca tive a coragem.

CE: Sua família e amigos te incentivaram nessa fase de mudança?

BC: Não é novidade que as pessoas costumam desestimular quem quer um curso como artes, filosofia, sociologia, entre outros desse tipo.Mas meus amigos me incentivaram e apoiaram muito.

Já minha família não aceitou muito bem de início. Meus pais foram resistentes a ideia no começo, por preocupação mesmo, afinal eu já estava bem encaminhado para uma carreira tranquila em um banco, mas agora já estão me apoiando.

CE: Nessa decisão de trocar de curso, o que te deixa feliz e triste?

BC: O que me deixa triste é que é sempre difícil começar de novo e voltar a rotina de vestibulando, parece que estou dando um passo para trás. É difícil entender que as coisas na vida não precisam ser sempre tão lineares.

E o que me deixa feliz é ver minha própria evolução, além de ter professores incríveis em uma comunidade muito sensacional que é a do cursinho.

CE: Você acredita que existe um melhor momento ou idade para realizar a troca de curso?

BC: É difícil dizer, somente a pessoa pode saber. Mas como um jovem do século 21, eu diria que o quanto antes melhor. O problema é que nem sempre a gente já sabe o que quer e pode levar um tempo até se descobrir.

CE: Você já tem em mente uma possível área de trabalho que quer seguir?

BC: Não exatamente, tem muitas coisas que quero experimentar ainda em artes, talvez tatuagem, pintura e etc. Entendo que graduação não é necessariamente um requisito nessas áreas, mas ter uma educação formal sobre o assunto é algo que quero muito.

CE: O que você costuma fazer quando não está estudando?

BC: No meu tempo livre eu faço o que muitos jovens devem fazer, ver séries, filmes e sair com os amigos. Além disso dou aulas como professor de matemática para estudantes do ensino fundamental e médio, agendando as aulas com uma certa antecedência, o que me permite planejar os meus estudos e continuar em dia com as matérias.

CE: Qual a sua principal dica para um estudante que quer trocar de curso?

BC: Se planeje bem, pesquise sobre o curso que estiver interessado incansavelmente – pesquise sobre as formas que podem te fazer ingressar nele e o caminho que terá que traçar e siga com o plano.

E o mais importante, não tenha medo de dar esse passo. Não é nada fácil, tem muita coisa envolvida, cada um tem uma realidade e uma vida diferente, mas se você quer, é possível.

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