Segundo a edição mais recente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a parcela de pessoas com 60 anos ou mais já é de 16% da população brasileira (2023). A partir disso, percebe-se que o etarismo no mercado de trabalho é uma pauta muito relevante!
Com este cenário, muitos trabalhadores passaram a estender sua vida profissional por mais tempo, sendo comum, inclusive, continuarem trabalhando mesmo aposentados.
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E as empresas e demais colaboradores, como encaram estes novos desafios? É o que traz a Pesquisa Catho sobre Etarismo, realizada em 2024 com a participação de mais de 1.400 trabalhadores e 300 recrutadores/empresas.
1. Etarismo no mercado de trabalho
O etarismo, ou discriminação baseada na idade, é um fenômeno que afeta indivíduos a partir de determinada faixa etária e com maior severidade conforme mais avançada a idade.
As manifestações podem ocorrer em vários contextos, como acesso a serviços de saúde, oportunidades educacionais e de interações sociais, “piadas” e estereotipação e, principalmente, exclusão no mercado de trabalho.
2. Pesquisa Catho 2024: participação dos 50+ nas empresas
Segundo os recrutadores entrevistados, os profissionais com 50 anos ou mais representam, em média, apenas 3% a 5% do quadro de colaboradores.
Essa situação se constrói desde o momento do recrutamento, uma vez que cerca de 40% dos gestores entrevistados demonstraram resistência em contratar ou desenvolver profissionais com mais de 50 anos.
Entre os principais desafios ao contratar esse perfil de profissional, as empresas entrevistadas destacaram a possível dificuldade em se adaptar às novas tecnologias, além do comportamento resistente a mudanças e possibilidade de conflitos geracionais nos times.
Um caminho bastante utilizado por empresas de diversos setores tem sido a implementação de programas de inclusão voltados a esse público, entretanto, a maioria das organizações ainda não possui esse tipo de iniciativa (61%).
3. A realidade dos profissionais 50+ no mercado de trabalho
O comportamento das organizações reflete diretamente no cenário de oportunidades: dos trabalhadores entrevistados com 50 anos ou mais, 70% estão desempregados no momento.
Mesmo se candidatando às vagas abertas e participando de processos seletivos, 69% acredita ter perdido oportunidades de emprego devido à idade – 55%, inclusive, já sentiu que suas capacidades e habilidades foram subestimadas no ambiente corporativo ou em entrevistas de emprego.
Quando o assunto é etarismo, 36% dos profissionais 50+ afirmou já ter sofrido algum tipo de descriminação no trabalho por conta da sua idade – refletindo, inclusive, no salário: 24% acredita não receber uma remuneração adequada ao cargo que exerce, por preconceito devido à idade.
4. Oportunidades para empresas e trabalhadores
57% dos profissionais 50+ possuem graduação e, dos entrevistados que estão trabalhando, 41% ocupam cargos de gestão (supervisores, coordenadores, gerentes).
68% dos recrutadores acreditam que ter graduação é um diferencial para profissionais 50+ se manterem no mercado de trabalho. Algumas universidades, inclusive, oferecem programas de extensão para este público, como é o caso da USP, em São Paulo, e da UDESC, em Santa Catarina.
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Quando o assunto é soft skills, as principais características valorizadas pelas empresas em profissionais 50+ são:
- Experiência
- Ética
- Flexibilidade
- Resiliência
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Para 20% das companhias entrevistadas, há um avanço positivo na interação entre profissionais jovens e maduros – e o papel do gestor é essencial para promover ambientes diversos mais justos a todos os colaboradores do seu time.
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